Estudante Egressa do Campus Itapina tira nota 1.000 na redação do Enem
Samantha Britto de Souza formou em 2020 no campus Itapina.
Superação. Este substantivo define o dia-a-dia de Samantha Britto de Souza. Em cada etapa de sua vida, a jovem de 20 anos, tem superado obstáculos que para muitos de nós, são intransponíveis. Mas para Samantha, o sonho de ser médica está se tornando realidade, graças ao esforço, dedicação e fé desta jovem estudante capixaba que tirou nota 1.000 mil no Exame Nacional do Ensino Médio - Enem de 2022, cujo resultado foi divulgado em fevereiro deste ano.
A estudante egressa do curso técnico em Zootecnia do Campus Itapina nasceu em Vila Velha, região metropolitana da capital do Espírito Santo, e morou no noroeste do Estado, em Baixo Guandu, e também em Colatina, durante os três anos em que estudou no Campus. Hoje reside em Governador Valadares, leste de Minas Gerais, local onde pretende cursar a faculdade de medicina. Com a nota que tirou no Enem, a jovem aguarda ser chamada para uma vaga de medicina pelo PROUNI - Programa Universidade para Todos do Governo Federal.
Com a nota do Enem, Samantha foi aprovada em Medicina Veterinária na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), em Fonoaudiologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Medicina pela Univale (Universidade do Vale do Rio Doce), com direito a bolsa integral.
A notícia da nota 1.000 na redação do Enem deixou todos os professores e servidores administrativos do campus Itapina muito felizes e emocionados, pois Samantha tem perda auditiva neurossensorial, nível moderado, CID H90. Ela teve o acesso aos aparelhos auditivos a partir dos 7 anos. Para o professor de Língua Portuguesa e Redação do Campus Itapina, Sérgio Severiano Braguínia, "é uma felicidade muito grande, é um sentimento de realização e de dever cumprido. É perceber que aquela jovem que estudou com você, evoluiu, cresceu, se aprimorou, correu atrás e seguiu a suas orientações, dentro daquilo que é cobrado no Enem e no atendimento às competências" afirmou o professor.
O ritmo de estudo era intenso, Samantha estudava em média 12 horas por dia e os seus maiores desafios em sala de aula eram: acompanhar as falas dos professores, interpretar os textos e controlar suas emoções. Apesar do ritmo acadêmico exigente, a jovem tinha muita organização e disciplina para comprir o máximo de tarefas possíveis e mantendo um bom rendimento. É o que pontua o professor Braguínia, "o nosso papel de professor é ver o sucesso do estudante. É incentivá-lo para que ele obtenha esse sucesso e no caso da Samantha é mais gratificante ainda pelo fato de ela ter deficiência auditiva e por ela ter criado uma mentodologia própria de mapa mental por cores. A Samantha é fruto de um processo de luta que deixa a gente muito feliz, orgulhoso e contente".
Apesar de sua constante evolução, o bullying sempre esteve presente em sua vida acadêmica. Samantha tem dificuldade em ter vida social devido aos traumas sofridos pela prática de bullying. A prática de bullying não foi um fato isolado, em todas as escolas onde estudou, a jovem sofreu com esta prática o que a levou a ser uma pessoa muito quieta e sem vida social, era uma espécie de autodefesa. Para Samantha o acolhimento por parte da equipe pedagógica do Campus Itapina foi muito importante para seu crescimento acadêmico. "Sofri muito com os colegas de turma do Ensino Médio, porém a equipe pedagógica interveio no problema. Dessa forma, me senti muito acolhida pelos funcionários, além de receber um excelente suporte para o meu crescimento acadêmico".
Samantha ainda diz que espera servir de exemplo a todos os jovens do País, em especial à comunidade surda. "Espero que a minha conquista da nota máxima na redação do Enem 2022, apesar da minha deficiência auditiva, sirva de inspiração a todos os jovens do Brasil, principalmente às pessoas da comunidade surda, para motivar e conquistarem seus objetivos na vida acadêmica, bem como quebrar o limite de que não conseguem chegar ao topo". Para o professor Thiago Boldrini, o diferencial da Samantha é a forma na qual ela enfrenta seus problemas. "Todos os obstáculos que eu colocava, ela tentava contornar, superar. Ela não fugia dos problemas. Ela não se vitimizava, ela sempre buscou conseguir alcançar os resultados que esperava. Eu sempre admirei isso nela", completa o professor.
A futura médica, já sabe o caminho que deseja seguir. "Não tenho outra opção além de Medicina. Pretendo me especializar em Otorrinolaringologia, justamente pela minha própria inspiração, ou seja, pelos traços da minha deficiência auditiva", afirmou.
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Texto: José Emílio Oliveira
Publicação: José Emílio Oliveira
Revisão: José Emílio Oliveira
Arte: José Emílio Oliveira
Foto: Luara Carolinne Veloso Silva
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